O fim dos ditadores é uma questão que eriça as opiniões com setas contraditórias. Se um ditador morre na cama sem prestar contas que se aproximem dos crimes cometidos, ai jesus que a história é injusta e o destino lhe foi leve sem o merecer. Se morre de morte matada, ai rico jesus que não deviam fazer isso ao homem. A um horror justiceiro, sucede-se um horror de nojo. No primeiro caso, exaltam-se as vítimas que não tiveram direito a vingança. No segundo, as vítimas passam para o nevoeiro dos bastidores e a pessoa humana do ditador enche o palco.
Um dia, um qualquer manual de boas maneiras políticas há-de ensinar como devem morrer os ditadores. Ou então sai Decreto a proibir que os ditadores morram, condenando-os àquilo que qualquer ditador ambiciona – a eternidade desamada.
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