Desculpem meter-me numa "festa de família" mas para quem sempre viveu (e assim quer continuar) fora do PS, a figura de Manuel Alfredo Tito de Morais é uma ponte perene no imaginário da unidade de esquerda, em acção e não na traficância de sinecuras, muito menos ao serviço de um capitalismo de rosto desumano remediado com assistencialismos do Estado típicos de Santa Casa da Misericórdia Socialista dos desvalidos e desempregados numa mão e chicote do défice e protecção aos banqueiros na outra. Antes do 25 de Abril e depois, Manuel Alfredo Tito de Morais foi sempre para mim, absolvidas as diferenças tácticas e estratégicas, onde ele provavelmente me ganhou em razões na maioria das vezes (mas não em todas), um dos “meus”. Hoje, com o PS entregue a um dirigente e governante laranja que, com o “velho” PS, sobretudo com os seus valores de socialismo e de liberdade, particularmente com o valor supremo da democracia (o da verdade), tem menos a ver com ele que eu que por lá nunca andei, o PS evocar Tito de Morais seria bom apenas se fosse um acto de exorcismo partidário e político, o que não se vê nem se pressente. Por isso, sinto que, quando se comemora o centenário de Tito de Morais, o evoco com emoção mais sincera que o PS segundo a sua actual direcção e rumo. O que não invalida que talvez nunca uma homenagem a um político português desaparecido tenha sido tão actual e, portanto, tão oportuna, pois os espelhos servem para isso mesmo. Este blogue, além de um acto de justiça de memória, é uma oportunidade de verificarmos quanto um partido pode mudar, mudando tanto, tentando mudar tudo, perdendo memória e princípios.
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