Um blogo-companheiro que cita tantos outros, merece troco de maneira adequada. Avanço eu, transcrevendo-lhe o casto poema do grande Bocage que, em boa e certa época, o Tomás Vasques nos lembrou:
Levanta Alzira os olhos pudibunda
Para ver onde a mão lhe conduzia;
Vendo que nela a porra lhe metia
Fez-se mais do que o nácar rubicunda:
Toco o pentelho seu, toco a rotunda
Lisa bimba, onde Amor seu trono erguia;
Entretanto em desejos ardia,
Brando licor o pássaro lhe inunda:
C'o dedo a greta sua lhe coçava;
Ela, maquinalmente a mão movendo,
Docemente o caralho embalava:
"mais depressa" – lhe digo então morrendo,
Enquanto ela sinais do mesmo dava;
Mística pívia assim fomos comendo.
Direi mais: trata-se de um excelente inspiração para a época que sobre nós galopa. Que isto de rabanadas, bacalhau, prendinhas, família, boas-festas e cantos à virgem que pariu menino por ser presumida adversa à IVG, não pode ser todo o Natal. Há ainda a vida. E o prazer dela não pode depender só dos azeites dos reis magos. Muito menos daqueles com que se besuntam os seus súbditos, nós outros. Salvé Bocage!
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