
O Presidente da República irá condecorar na próxima terça-feira, dia 19 de Janeiro, pelas 15:30 horas, em cerimónia a realizar no Palácio de Belém, as seguintes personalidades, que exerceram funções públicas de alto relevo:
· Dr. Pedro Miguel de Santana Lopes, antigo Primeiro-Ministro, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo;
· Conselheiro Manuel Fernando dos Santos Serra, antigo Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique;
· Alberto Romão Madruga da Costa e Dr. Fernando Manuel Machado Menezes, antigos Presidentes da Assembleia Legislativa dos Açores, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.
De António Marquês a 19 de Janeiro de 2010
Sendo certo que esta "medalhação" apenas deu cumprimento à lei, ela tresandou a hipocrisia no que respeitou a Santana Lopes, com Cavaco a lembrar que os contemplados eram homens que já não estavam activos na vida política, "nem como deputados, nem como dirigentes nos seus partidos". Agora que Santana já tinha o palco do congresso como palanque para entrar novamente na tal vida política activa, lá vem o seráfico de Boliqueime lembrar-lhe a história da má moeda. Isto há cada amigo da onça. É preciso é topá-los...
Contesto. Não existe lei alguma que obrigue um PR a conceder uma condecoração a "esta" pessoa que ocupou "aquele cargo". Se dizes que ela existe, mostra-a. Ou, no mínimo, dá dela o número e datas de promolgação e publicação. Mas, evidentemente, uma falácia não é demonstrável. Essa é, apenas, a visão mesquinha, redutora e desculpabilizante invocada por Cavaco e partilhada por quem considera essa leitura da graduação honorífica como "sendo certo". Ou seja, de uma sociedade e uma política conduzidas pelo hábito e pela inércia. Toda a gente sabe, e Cavaco disse-o, que Santana Lopes ocupou o lugar de primeiro-ministro sem mérito nem sequer competência mínima, num desastre governativo que, se não fosse interrompido, levava o país para a queda no abismo. Tanto assim que o antecessor de Cavaco na Presidência, numa emergência nacional, foi obrigado a um acto extremo de competência própria, a demitir Santana e convocar eleições antecipadas para salvar Portugal da mão inepta de Santana ao leme do país e que nos trouxe outro pesadelo, o do "socratismo". O que justifica, pois, pendurar ao peito de Santana a grã cruz (!!!) da Ordem de Cristo? Além da ofensa gratuita a Cristo, lado para que durmo melhor enquanto adepto do direito à blasfémia, Cavaco mostra que procede pautando-se pelo primado dos formalismos, interpretando o seu mandato como o beato que toma a pastilha rennie em cada missa que passa.
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