Segunda-feira, 7 de Dezembro de 2009

Há gente com cartão de seita partidária que assume a sua igreja como intocável e tão séria, tão séria, que a considera como exclusivista das hegemonias, incluindo sobre o humor. O que demonstra que vivem a luta em permanente transe de velório (pela sociedade capitalista caduca). Isso torna-os bisonhos na ideologia, tristes na vida, pessoas em permanente conflito entre a desesperança e o prazer. Assim, é claro, excitam-se e incomodam-se com as piadas sobre as suas piadas. Bernardino Soares pode dizer piadas sobre a democracia, ao incluir o regime grotesco da Coreia do Norte entre as democracias. Rita Rato pode bolsar piadas sobre as vítimas do Gulag, dizendo que não estudou essa “experiência”. O “Avante” pode ser o pasquim que é, com os artigos e editoriais mais estupidamente serôdios sobre democracia e revolução e exaltar os regimes ditatoriais, recuperar Estaline e manifestar solidariedade para com forças terroristas. Tudo isso é visto pela seita como exclusivo seu, pelo seu património, pelo papel autoatribuído de vanguarda, porque se consideram sérios e gente de luta, uma ilha política e moral rodeada de forças de direita e do grande capital. Não suportam que se diga como são ridículos quando, sisudamente ou pela tentativa de ironia, caem no disparate ou na patetice. Se eles dizem piadas, os “outros” não ultrapassam a “piadola”. Num blogue da minha lista diária de leituras, um pequeno remoque sobre a hipótese de no “Avante” se vir a torcer pela equipa da Coreia do Norte, mereceu este acumular de adjectivos: “A piada sobre o Avante! é pura e simplesmente reles, azeda, envinagrada, insolente e estúpida e, sobretudo um momento triste, infeliz e indigno”. Nem menos. E no meu post anterior, para uma tirada sobre o inefável Bernardino, tive de passar a esfregona sobre vómitos de ainda pior quilate. Em ambos os casos, todos a coberto da “valentia” do insulto sob anonimato. Confirmam-se como gente perigosa esta que, sob a sisudez revolucionária, quer ter o domínio absoluto sobre o direito ao retoque e ao remoque. Podem não ir morrer longe mas vão, de certeza, morrer tristes. Se não morrerem de tristeza.
Então lê isto:
http://tempodascerejas.blogspot.com/2009/12/portugal-coreia-do-norte-no-mundial.html
Fraquito. Prefiro a verbe da tua comentadora.
Sobre a comentadora e o comentador, suas diferenças e similitudes - parece o título de uma conferência... - não sei porquê lembrei-me de um link que tinha aqui guardado: http://www.psicologiananet.com.br/pessoa-com-dupla-personalidade-e-as-dificuldades-no-relacionamento-social/991/
De Ana Paula Fitas a 7 de Dezembro de 2009
Um grande, imenso e aberto sorriso pelo ar puro que se respira quando se recusa a hipocrisia de uma sisudez que arrasta a morte triste resultante de uma inútil tristeza!
Grande Abraço :)
De Jorge a 7 de Dezembro de 2009
Este Jorge (eu) até vem aqui com agrado, mesmo quando discorda do autor (e são várias as vezes).
É claro que a conjugação das coisas tornava esta piada quase inevitável. A malta da Soeiro devia era dar um calduço no Bernardino "vês, mais umas quantas piadas à tua conta!", em vez de se abespinharem com isto...
Quando o monarca comunista morrer, quando lhe suceder um dos filhos, acham que não nos vamos lembrar do Bernardino?! É como falar em robalos e não nos lembrarmos do Vara, ou em cherne e não nos abrir um sorriso ao recordar o Durão Barroso, ou no "barco do aborto" e não nos recordarmos do Paulo Portas...Há situações e nomes que se pegam como adesivos...
Achamos um desperdício de tempo e de esforço de neurónios dedicar o mais curto espaço das nossas vidas a cuidar de vejetativos bernardinos ...
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