Quarta-feira, 21 de Outubro de 2009
É possível obter-se uma licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais sem se saber que existiu o Gulag? É. Sobretudo se a licenciada cábula era funcionária do PCP antes de ser promovida a deputada da Nação.
O factor ‘juventude’, porém, nem sempre chega para fazer brilhar a estrela da novidade. Sobretudo a partir do momento em que os ‘novos’ abrem a boca. Foi esse o caso da deputada Rita Rato, do PCP, em entrevista à revista ‘Domingo’, do CM, publicada na última edição. O que pensa a deputada dos campos de trabalho forçados na URSS, vulgo ‘Gulag’, em que morreram milhares de pessoas? "Não sou capaz de responder porque, em concreto, nunca estudei nem li nada sobre isso." Bom, mas a coisa foi bem documentada pela História, pergunta--se. "Por isso mesmo, admito que possa ter acontecido essa experiência...”. Aqui chegados, é melhor parar o baile. Falar de "experiência" quando se fala do ‘Gulag’ é a mais recente versão de negação histórica. A versão mais benévola seria pôr os ‘Gato Fedorento’ a perguntar ‘Gulag? Qual Gulag?’. A deputada, porém, não faz parte do elenco dos ‘Gato’ mas de um partido pouco dado a humor e em que este ‘desconhecimento’ da História seguramente a levará longe...
De João a 22 de Outubro de 2009
Não, foram milhares. Ficou longe dos dois milhões.
De
Baruq a 22 de Outubro de 2009
Pois, se calhar foram só 20 ou 23 sujeitos altamente perigosos, criminosos da pior espécie. Pois claro. Um bocadinho mais de informação nao fazia mal nenhum. Na china foi a mesma coisa durante a "Revolução Cultural" do tio Mao: morreram apenas uns 113, 150 no máximo, e a maioria por acidentes de trabalho nos campos onde prestavam serviço voluntário. Pois claro.
De João a 22 de Outubro de 2009
Não, também não foram 23. Os números oficiais pouco passam do milhão. Podemos deduzir que os números oficiais serão brandos e que terão sido mais, mas, se tivessem morrido "dezenas de milhões" tinham acabado com a população da União Soviética da altura... Estou só a defender o rigor histórico.
De acordo com Anne Applebaum "Gulag: a History" o número de pessoas que terão passado pelo Gulag andará perto dos 18 milhões e o número de mortos oficiais é de facto pouco superior a 1 milhão. Mas estas estimativas são consideradas grosseiramente subestimadas pois não inclui os mortos em "campos de trabalho" (onde as taxas de mortalidade) nem os que morreram depois de "libertados".
Diga-se, ainda, que o Gulag foi apenas um dos muitos crimes do regime estalinista que na chamada grande purga em meados da década de 30 terá sido responsável por mais de 600 mil mortos ou a grande fome da Ucrânia em resultado das "experiências" de colectivização que terá provocado pelo menos 3 milhões de mortos, embora alguns autores apontem para números superiores a 10 milhões.
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