
O próximo será o parlamento em que Manuel Alegre mais vai fazer falta como deputado, exactamente o primeiro em que, por vontade sua, não se sentará no hemiciclo. Ninguém no PS, como Manuel Alegre, tem a mesma capacidade de “fazer pontes à esquerda” e essa capacidade era utilíssima na complicada engenharia parlamentar que se vai congeminar para suportar o governo de Sócrates. Manuel Alegre não é deputado pelo PS porque houve “pouca esquerda” no anterior governo e não acreditou que houvesse “suficiente esquerda” no que vai sair destas eleições. Alegre abdicou mas, por devoção partidária, deu um contributo decisivo na campanha eleitoral não só para que o PS vencesse as eleições mas também para que o seu camarada e amigo José Lello garantisse um lugar como deputado.