João César das Neves, o sujeito professoral que ainda há pouco se gabava de não ter a certeza que a democracia fosse melhor sistema que a ditadura, ou seja, situando-se na pré história política expectante da organização das sociedades, trata assim, no DN de hoje, os defensores do SIM como resposta ao referendo de 11 de Fevereiro:
“Os abortistas, ao negarem o igual estatuto humano ao embrião, fazem precisamente o mesmo que os antigos racistas e esclavagistas faziam às suas vítimas. Pelo contrário quem defende a vida dos mais fracos, daqueles que não se podem defender nem têm voz na sociedade, são os que querem manter a proibição do aborto.”
Para ele, JCN, viver em democracia ou em ditadura, é como e conforme calha. O importante é que se ame, não se alterando, a sociedade que o destino nos brindou em sorte (como defendeu em outro artigo de opinião). Com a criminalização das mulheres que abortam a manter-se inalterada para que a sociedade seja amada, intocada e preservada na sua santa e tranquila marcha natural. Em nome dos mais fracos. Sobretudo do embrião, essa forma superior de vida que não ameaça mudar a sociedade nem se mete a decifrar o enigma do dilema ditadura ou democracia.
Nota: Claro que o sabido JCN está farto de saber que, no campo do SIM, ninguém defende o aborto. E que só um ser paranóico o faria, mesmo que fosse no seu foro íntimo. Mas calha bem à demagogia deste sujeito professoral chamar de “abortistas” aos seus adversários de referendo. Condiz com a renda da sua prosa-sermão.
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