Passando a campos mais íntimos, na família a traição até deixou de ser defeito. O adultério, sempre frequente, tornou-se banal; o divórcio, antes raro, passou a recomendável. A promiscuidade e o flirt são o ideal. Nisso não se vê traição, mas mera expressão da autonomia pessoal. Quem abandona mulher ou marido e filhos está justificado porque, como o amor tinha acabado, nada mais havia a fazer. A devoção conjugal fica reduzida à condição de gasolina que se gasta após alguns quilómetros. De injúria e quebra de compromisso nem sequer se fala.
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