E quem não tem lucros pode despedir? Esqueceram-se das culinárias e engenharias contabilísticas e financeiras que permitem fabricar e encolher lucros (um auditor interno da EDP acusou Mexia de tê-lo feito este ano para levantar os lucros até aos mil milhões para melhor “remunerar” os accionistas mas podia ter feito ao contrário para cumprir o “critério de despedimento” do Bloco de Esquerda). O Bloco, neste cartaz, mostra-se ingénuo ou benevolente para com o Capital, mas objectivamente colaboracionista, isso sem dúvida. É que fazer depender a garantia do emprego dos resultados de uma empresa é colocar estes no centro de verdade da mais-valia e com imediatas consequências sociais sobre os trabalhadores. Uma enormidade que só pode advir de uma pressa incontida em assassinar o que resta de Marx. Depois da xenofobia do spot de apelo ao 1º de Maio, este desaforo capitalista selvagem da ligação lucros-empregos, é uma péssima notícia sobre a competência da agitprop bloquista. Antes contratarem um publicista que andarem por aí a dar tiros nos pés e no velho Karl.