Segunda-feira, 20 de Novembro de 2006

Um excelente post e uma interessante discussão com alguns comentaristas, onde se acrescentam boas achegas, transformam este texto de João Vasconcelos Costa de leitura mais que útil, diria necessária. Sobretudo para os que não deixaram de ver a direita à frente do nariz e não se resignam, sem embarcarem na esquerda inútil do protesto como projecto, a assistir ao espectáculo da esquerda a perder projecto, cor e identidade. Impunemente, discretamente, silenciosamente e como quem não quer a coisa.
O risco, nestas discussões, é sempre evitarem-se os atilhos da nostalgia. Mas também o contorno desse escolho é possível. E necessário.
De Try_Logic a 20 de Novembro de 2006
Belíssimo texto do Sr. João Vasconcelos Costa... quase começo a acreditar em bruxas visto a tremenda coincidência temporal entre o último (e medíocre diga-se de passagem...) comentário que aqui deixei no seu blog e o post que agora li desse senhor. Realmente só poderemos ver mais longe quando temos a possibilidade de subir a certos ombros. E esses, contrariamente às colegas da Madame Min, tenho a certeza que existem. Tetradimensionalmente.
João, estimulado pelo texto do JVC, e um pouco perdido na esquizofrenia ideológica portuguesa, procurei reunir indícios da perda de identidade da esquerda. Alertando para o cariz reflexico e dubitativo do texto, termino-o com uma pergunta que, por ser paradoxal e ridícula, ganha pertinência, acho eu:
"Não tenho respostas, antes parecendo-me mais fecundo estimular a reflexão recorrendo a interrogações. Pela observação da política contemporânea, não posso embargar uma pergunta, cuja mordacidade até a mim inquieta: a esquerda viável ainda existe, ou a esquerda, para evitar a nudez, recorre ao alfaiate da direita?"
Como deverá compreender, pela ausência em mim da vossa solidez ideológica, assegurada por um longo e pedregoso percurso político, tento encontrar-me nas fronteiras, cada mais mais opacas, das ideologias compatíveis com a democracia.
Vitor, li o excelente texto no seu blogue. Boa reflexão.
Obrigado pela atenção, João.
Um abraço.
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