A Auto Europa (Volkswagen), em Palmela, tem sido apontada como um caso de sucesso no quadro da difícil fixação de multinacionais no nosso país e cada vez mais atreitas à dança da deslocalização. No prolongamento da continuidade da Auto Europa, costuma indicar-se como contribuinte importante para tal, a habilidade, maturidade e flexibilidade negocial dos operários de Palmela e a acção da sua Comissão de Trabalhadores, destacando-se ainda o seu líder (António Chora). Para o mesmo apontado sucesso, tem-se ainda referido a “globalização” da intervenção sindical dos trabalhadores da Volkswagen nas várias fábricas no mundo, coordenando-se e organizando-se, com uma voz de consenso unificado face à Administração do Grupo.
Afinal, segundo o PCP, as organizações de classe dos trabalhadores da Auto Europa não passam de lacaios do patronato. Será, pois, esse o segredo porque a Auto Europa ainda não se deslocalizou enquanto a firmeza de consciência e luta de classes devem andar de vento em popa nas outras filiais de multinacionais onde as respectivas, firmes e bem orientadas organizações de classe se vêm reduzidas à negociação … dos montantes de indemnizações por despedimento com fecho de portas.
A classe operária já não é o que era. Nem para o PCP. E assim, na luta, pouco mais vai sobrando que o operariado consciente e revolucionário da função pública.
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