Dobrý voják Svejk

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Quarta-feira, 11 de Junho de 2008

Dobrý voják Svejk

Podia e apetecia-me apelar a que os nossos, daqui a pouco, sejam raçudos e limpem com uma cabazada aquele bando de eslavos boémios e morávios, que precisam de anexar a designação de um regime (República) ao nome do país para se saber de onde são. Mas não vou por aí, pelo apelo à raça futebolisticamente mortífera da nossa equipa, desprimorando os que, do outro lado, também fazem pela vida. Primeiro, porque ando chateado com o Cavaco. Segundo, porque o chapéu do Poborski ao Baía ainda não se me varreu da memória. Terceiro e mais importante, porque um povo culto, organizado, com a capital mais bonita do mundo, o povo que viveu e foi humilhado pelos tutores invasores há quarenta anos atrás, o único povo sob bota comunista que, antes de Gorbatchov e por dentro, quis tentar a utopia de conciliar socialismo com liberdade, um povo que nos deu Kafka, Jaroslav Hasek, Jiri Trnka, Milos Forman, Milan Kundera, Vaclav Havel e tantos mais, que se libertou do comunismo pela “via do veludo”, que – entrando na União Europeia muito depois de Portugal - já nos passou nos indicadores de desenvolvimento e progresso, merece respeito, muito respeito. Um respeito merecido a um pequeno grande país, no coração da Europa, que soube simbolizar-se no Dobrý voják Svejk (*).

Assim sentindo, que ganhe Portugal, pois claro.

(*) – “O bravo Soldado Svejk”, novela famosa da autoria de Jaroslav Hasek, um dos livros mais editados e lidos no mundo. Dele existe tradução em português. A novela tem várias transposições para o cinema (incluindo uma famosa, em cinema de marionetes, realizada pelo genial Jiri Trnka). Também foi passada para o teatro, tendo, em Portugal (Teatro Maria Matos), sido Raul Solnado o actor que representou a figura do Soldado Svejk (numa inesquecível interpretação).

Publicado por João Tunes às 15:40

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2 comentários:

De Mferrer a 11 de Junho de 2008

Pois, mas é preciso denunciar este golpe contra a democracia, em curso:
Para além de tudo o resto o País está refém de uns grupelhos de camionistas e de proprietários de camions.
As principais cidades já estão em estado de sítio, os combustíveis já estão a faltar até nos Aeroportos, amanhã os produtores de leite vão ter de o deitar fora.
Os partidos da oposição estão de tocaia, à espera que o PS ceda a uma de duas hipóteses:
Ou entrega os pontos aos grevistas e rebenta o OGE, ou reprime os grevistas com a polícia e rebenta por si próprio!
Digamos que o País também está refém desta oposição com comportamento de hienas
MFerrer
http://homem-ao-mar.blogspot.com

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