Salvar judeus da morte, mesmo que crianças, é mérito ou demérito consoante a forma como o acto se vê. Do ponto de vista da universalidade humana, são vidas salvas, ponto. Tratando-se de crianças, sobe a emoção perante o feito, ponto final. Mas se o antisionismo é marca ideológica, sendo Israel inimigo grado e se o bom judeu é o judeu morto, tudo muda de figura. E assim, a figura e os feitos da polaca Irena Sendler foram silenciados durante as quatro décadas de regime comunista na Polónia. O antisemitismo estalinista não permitia homenagem, sequer notícia, para uma cidadã que arrastava a “mancha” de ter salvo judeus da morte. Tivessem sido “pioneiros” ou “konsommois” os salvados e outro galo cantaria. Mas ela consta, como justiça bastante, da lista dos “Justos entre as Nações” assinalada no Memorial do Holocausto (Yad Vashem) em Israel. A esses não se perdoaria o esquecimento de Irena Sendler. E esses não a esqueceram. Mais outros, outros mais.
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