Este sentido post:
Por esta altura nas regiões do interior a vida modifica-se em consequência da vinda de vários pontos do País de pessoas que ainda vão mantendo a sua ligação às origens beirãs. As aldeias do concelho de Seia estão por esta altura mais alegres fazendo esquecer por 4 ou 5 dias a desertificação que por cá grassa. O motivo é a Páscoa que ainda assim faz com que nalgumas localidades ainda se vá mantendo alguma tradição nomeadamente a ida do Pároco a casa das pessoas no domingo de Páscoa. São tradições que podem parecer pouco interessantes mas são estas que fazem com que as pessoas venham ver os seus familiares mais idosos e passem uns dias em convívio com amigos que só se vão vendo pontualmente.
dá-nos ideias. Várias. A mais forte é a do país paroquiano que somos (uma paróquia com grandes urbes pintalgadas e puxadas para o Atlântico) e como, com pouco e muito espaçadamente, conseguimos ser felizes. Talvez esteja aqui o segredo do nosso sentido de resignação. Porque, se os nossos idosos esquecidos do interior não fossem resignados acostumados, mandavam para o caralho os que só os visitam quando os calendários urbanos incentivam uma ida de recobro até as origens para lavar o stress. Como não é assim, e ainda bem para a concórdia entre o país que fica e o país que se foi e vem quando vai, beneficiando a labuta do pároco situado na sazonalidade dos rituais, cá vamos sintonizando o concerto de um país e povo cada vez mais partidos.
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