É de fugir um país satisfeito, porque resignado, com os seus defeitos e abstinências. Sobretudo do género mediocrizante em que avulta o “tem que ser” que abre caminho à resignação perante o decidido. Porque de resignação em resignação, caminhando no conformismo, a política fenece e ficamos entregues aos contabilistas do saldo para o futuro. E é dessa mancha que cresce, dos que rosnam mas gostam do fio de autoridade, que se vai construindo o Centrão. Com o rio turvo a andar, mesmo contra as pontes e as marés, alagando as margens no lodo do inelutável.

Já disse, repetindo agora, que o meu “compromisso” com Manuel Alegre terminou na hora de nele votar. Não dou para o peditório de andar a pedir juros cívicos pela irreverência oportuna e necessária do grito de alma dos famosos milhão e cem mil votos. Que valeram sobretudo como apelo de sobressalto dirigido à modorra política. Mas só se sobressalta quem quer e são escusados os abanões aos sonolentos metidos no vale de lençóis da política.

Tudo somado, também pelo devido respeito para com a diferença, não posso deixar de saudar a apresentação do MIC. E desejar-lhe sucesso. Por mim, é tudo.