Tem a
Guida toda a razão em clamar contra o estado de degradação em que continua o Forte de Peniche, a prisão mais
emblemática do fascismo português em terra europeia.
Aquilo devia ser um símbolo de memória colectiva para as gerações que felizmente nasceram em democracia. Para terem uma pequena ideia de que a democracia no nosso País teve um preço. E alguns pagaram a parte mais dura da factura.
Tive a mesma sensação de desconforto, e de agressão, quando, uns anos atrás, por lá andei, em Peniche, a conhecer o miolo corroído daquilo que devia ser um lembrete pedagógico.
Igual sensação tive, ou pior porque maior era a degradação, quando visitei o que resta do Campo de Concentração do Tarrafal em Chão Bom na ilha de Santiago em Cabo Verde. Apesar de promessas várias das autoridades portuguesas, continuam a faltar os apoios necessários para que o Campo do Tarrafal seja o que devia ser a lembrança mais terrível da marca sádica do fascismo e do colonialismo as marcas dos
safanões dados por Salazar a quem lhe opunha o combate da resistência.