Se bem percebi, e os deuses forem porreiros, lá para Maio teremos o
Carlos Gil metido em sessões de autógrafos a aviar obra treinada na net e depois passada para papel.
Folgo. Lá estarei a recolher dedicatória que vou querer com inspiração de amigo criativo e que mostra as cicatrizes no peito. Para já, abri fresta de entrada na minha estante mais à mão. Deve caber. Cabe, cabe, cabe sempre mais um (desgraça minha, pelos rombos que esta elasticidade me faz nos bolsos).
Entretanto, nas idas e vindas da editora, o
Carlos Gil anda por aí a lamuriar-se dos constantes amuos dos seus inúmeros bólides e que inventam, para a preguiça, maleitas pelas gripes da época. Que não seja por aí que a obra adormeça no caminho até aos escaparates. Como ele se encafuou nas lezírias e tem de atravessar o Tejo nas suas saltadas editoriais, aqui lhe cedo um
anfíbio que uso em dia de greve nos cacilheiros e nos comboios. Fica aí, na garagem de Almeirim, por troca com o móbil luxuoso para milionário paraplégico com que, em tempos, fui brindado e que me serve de abrigo nas noites frias, quando me ataca o ressonar e a minha companhia me expulsa de casa.