Terça-feira, 30 de Outubro de 2012

STOP!

Publicado por João Tunes às 23:40
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Merkel a rimar com provocação e intimidação

 

Á primeira vista, é surpreendente que o porta voz de uma organização com nome estranho de tão rebuscado (OSCOT - Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo), um tal senhor Pathé Duarte, venha prestar declarações alarmistas e irresponsáveis aventando a hipótese de os portugueses receberem com manifestações violentas a Senhora Merkel na visita a Portugal no próximo dia 12 a convite do seu pajem Coelho. De facto, porque raio se avança a hipótese de se reservar para uma governante estrangeira uma explosão de violência que não tem sido habitual (tirando pequeníssimos episódios e rapidamente superados) na longa série que já contamos de protestos, alguns massivos, contra o governo e a troika? E tanto não faz sentido pois que o OSCOT devia ser uma instituição preventiva e apaziguadora e não fazer jus à sua inscrição entre as organizações associativas de bombeiros incendiários.

 

Restam duas explicações alternativas (e nenhuma delas sendo abonatória para os tipos do OSCOT). Ou se trata de uma provocação, constituindo as declarações do observador Pathé Duarte, em si mesmas, um incitamento à violência (na linha aliás do papel que, nas últimas manifestações, tem sido desempenhado por polícias infiltrados nos manifestantes). Ou então, é uma refinada manobra intimidatória com pretensões desmobilizadoras relativamente aos cidadãos que tencionam - ou estão em vias de nesse sentido se decidirem - dizer à senhora Merkel, no dia 12 de Novembro, que ela, tal como a troika, são personas non gratas para o povo português, tentando assustar-se as pessoas com o fantasma de que essa manifestação de desagrado irá, certamente (segundo eles), ter um epílogo de explosão de violência. Qualquer que tenha sido o motivo inspirador das declarações terroristas do Pathé Duarte, cumprindo ordens da central de “propaganda negra” do governo e dos seus órgãos repressivos, é bom que ele saiba que nós sabemos que o Pathé não está nada a ser original. As mesmíssimas técnicas provocatórias e intimidatórias a que o OSCOT agora recorre já foram, aqui, neste mesmo país, com objectivos iguais, usados durante décadas pela polícia política que servia a ditadura. Que Pathé Duarte se chegue à comunicação social a querer imitar um agente da PIDE à moda antiga é problema deste senhor na sua particularíssima gestão da sua disponibilidade, voluntária ou a pedido, para se vestir de ridículo.

 

Estamos certos que esta canhestra manobra de provocação e intimidação não irá afectar a serena determinação de todos aqueles que, no uso do legítimo direito à manifestação, não abdicarão de, no dia 12 de Novembro, dizerem, com todas as letras, que melhor que a Senhora Merkel teimar em visitar um país que a detesta seria ela incitar o seu subalterno Passos Coelho a emigrar para junto dela, libertando-nos a nós, assim, do pesadelo arrastado que é a sua desastrada governação.

Publicado por João Tunes às 23:20
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Merkel (só) tem encanto na hora da despedida

Publicado por João Tunes às 17:35
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Segunda-feira, 29 de Outubro de 2012

Toda a solidariedade para com Kostas Vaxevanis!

 

O que este jornalista fez foi, isso sim, um acto de efectivo combate ao défice.

Publicado por João Tunes às 20:08
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Sábado, 27 de Outubro de 2012

Oh....

 

 

Qualquer coisa, ou várias coisas, não vão bem comigo. Então não é que me achei hoje a concordar de fio a pavio com o artigo, também de hoje, de J. Pacheco Pereira no "Público"?  

 

Eu conto-vos. Para avaliarem a que nível cheguei em termos de "traição de classe": 

 

Está-se já a tocar na liberdade

Por José Pacheco Pereira

 

Voltemos ao aspecto mais perigoso do assalto actual à liberdade, o confisco colectivo que está a ser feito aos pobres e à classe média.

 

No débil pensamento que por aí circula do lado do poder, as criticas ao Governo só podem ser explicadas ou por ódios pessoais, ou por interesses individuais ou de grupo, ou por oposição política e ideológica, neste último caso não se sabe bem a quê. Com o plano inclinado em que está o actual poder, a raiva e o ressentimento crescem exponencialmente, e turva-se muita cabeça. Mas enganam-se, ninguém de seu perfeito juízo encontra agrado no actual estado de coisas, que tem a virtude de ser mau para quase todos. Quase todos.

 

Por mim, estou cansado de falar do Governo e todas as semanas quando começo a escrever este artigo, o que me apetece é falar de outras coisas, mais saudáveis, mais interessantes, melhores do que a miséria que é a governação portuguesa e o cortejo de falácias circulantes que a protegem, bastante mal aliás. Eu agradecia esse silêncio, e, certamente, o Governo também, mas não há semana em que não haja um imperativo qualquer que me obriga a voltar ao mesmo. E volto ao mesmo por obrigação e não por gosto, porque o catálogo das nossas desgraças não é propriamente o mais vibrante exercício.

 

É que cada semana que passa, a gente pensa: "Bom a coisa já acabou, a carga do martelo-pilão já caiu forte e feio, os malefícios na economia e na vida de cada português já cá estão e são para ficar, a miséria que se vai suportar já está estabelecida e estabilizada por muitos anos, e a quota de asneiras já foi abundantemente ultrapassada". Agora, as coisas podiam parar, com tanto estrago já feito, uma espécie de descanso hegeliano da História, uma Veneza na fase da decadência, corrupta e miasmática estagnada para um ou dois séculos, até que um Napoleão qualquer lhe bate à porta.

 

Pois sim! No dia seguinte, aparece mais uma absurda proposta, uma manipulação da opinião, uma afronta colectiva, uma incompetência gritante, uma selvajaria social, e, pior que tudo, um abuso de poder. E esta constância do mal e da asneira é em si mesma um problema diferente, porque não só funciona como um fortíssimo irritante social - parece que o Governo deseja uma qualquer sublevação -, como faz aquilo que começou como uma política errada, incompetente e sem sentido, transformar-se numa dissolução da democracia e das liberdades. E isso é outro "campeonato", outra história. É o abuso do poder que me parece hoje mais preocupante porque se está neste momento a tocar na liberdade, a tirar a todos, indivíduos, sociedade, nação, as liberdades escassas, mas reais, que temos desde os dois 25, o de Abril e o de Novembro.

 

O caminho para a servidão começa no confisco da propriedade por via fiscal. É em primeiro lugar a expropriação da propriedade do salário e do trabalho, mas também o de todas as outras formas de propriedade, privando os indivíduos e a sociedade de terem um espaço privado de "posse", que é em primeiro lugar garantia da sua liberdade e de controlo sobre a sua vida. Perdida essa liberdade, o reino da necessidade torna-se despótico, sem serem precisas polícias políticas, porque basta a utilização de leis iníquas e de procedimentos autoritários para obter uma sociedade em que a liberdade é residual. E não me venham dizer que tem que ser assim, porque perdemos a nossa soberania, porque dependemos de credores, porque nunca tivemos qualquer liberdade, mas apenas a ilusão dela. Tretas e tretas perigosas, porque não conhecem limites. Servem para tudo e justificam o injustificável.

 

Voltemos ao aspecto mais perigoso do assalto actual à liberdade, o confisco colectivo que está a ser feito aos pobres e à classe média, com argumentos económico-morais, que nem são nem boa economia, nem moralidade nenhuma. Um velho bolchevique executado por Estaline, Preobajensky, teorizou nos anos vinte do século passado sobre aquilo a que chamou a "acumulação socialista primitiva", uma extensão de um conceito marxista sobre o capitalismo, aplicado ao momento inicial de construção da economia soviética. Como estes homens não tinham medo das palavras e estavam num momento adâmico da história, ele acrescentou à fórmula a "acumulação socialista primitiva, isto é, o roubo." Na verdade, o roubo do roubo, no sentido em que Proudhon tinha definido a propriedade: a "propriedade é o roubo".

 

A utilização da palavra "roubo" é interessante, porque se em Proudhon ela é um julgamento negativo com valor moral - os detentores de propriedade roubaram-na -, para Preobajensky ela é um facto natural, um direito revolucionário, uma expropriação necessária, um retorno da sociedade ao estado natural anterior à propriedade, ou seja, um "ajustamento". Passos, Gaspar e Borges estão próximos de Preobajensky, tem que se fazer o "ajustamento", faz-se. Todas as medidas necessárias serão tomadas, incluindo o confisco da propriedade dos mais pobres, porque eles têm o defeito de serem muitos e não terem as protecções que os mais ricos têm. Mais ainda: o dinheiro nas mãos dos pobres destina-se a necessidades pouco dignas, comer, ter casa, andar de transportes públicos, ou seja, alimentam a economia errada - restaurantes do vão de escada, empresas que vendem tijolos, o Lidl, as empresas públicas como a CP e a Rodoviária, os comunistas da Transtejo e da Soflusa, as lojas dos trezentos, os chineses. Não só são pobres, como são pouco produtivos, o seu trabalho é caro de mais, têm muitos subsídios que não deviam ter, vão acabar por ter uma reforma excessiva, e, se não tiverem trabalho, vão pesar no orçamento. Em suma, são preguiçosos, mal habituados, e não são produtivos, a não ser enquadrados num modelo de mão-de-obra barata, e vigiados pela estrita necessidade. Pelo contrário, o dinheiro dos ricos é produtivo, faz andar o país. Aqui o confisco é débil e nominal, feito com toda a prudência para não bloquear o investimento, que não existe, e para impedir que os capitais se desloquem para fora, o que obviamente acontece.

 

Esta forma de "acumulação socialista primitiva" assenta numa teoria moral do "viver acima das suas posses" entendido como uma dívida de origem difusa mas de culpa colectiva. O "ajustamento" seria assim um mecanismo forçado a obrigar o devedor, cada português, a ser desapossado de uma parte muito significativa do seu salário e dos seus bens para "pagar a dívida", resultado de ter andado vários anos a "viver acima das suas posses".

 

É apenas uma imposição dos credores? Não só, é também a concepção económica do triunvirato Gaspar-Passos-Borges, para quem o programa do Memorando é o "seu" programa. O resto é "massa de manobra" e é expendable. Não se iludam por isso com esta recente série de declarações sobre como é bom "livrar-nos da troika" e retomar a "soberania financeira", porque eles pensam mesmo que o melhor que aconteceu a Portugal foi encontrar na intervenção estrangeira a legitimação para cumprir um programa que claramente desejavam e consideram virtuoso.

 

Já repeti muitas vezes uma análise aristotélica sobre quanto dinheiro é preciso ter para se ser um homem livre. Aristóteles fez as contas, e nós podemos igualmente fazê-las. Penso aliás que esta é uma forte defesa filosófica da liberdade face ao comunismo de Platão. Mas a lição é que a posse é liberdade, dá liberdade, defende as pessoas da servidão. Se se transformam homens livres em proletários, que nada têm a perder a não ser as suas grilhetas, estes começam a comportar-se como proletários, coisa que mesmo a troika já teoriza nos seus documentos e que o FMI trata sob o manto diáfano da "fadiga da austeridade". Seria bom não pagar para ver.

 

Portanto, o primeiro e fundamental abuso do poder é retirar aos homens e mulheres o fruto do seu trabalho, expropriá-lo com os impostos e com as descidas de salários, ou com o desemprego pago na miséria. Não é comunismo, nem esquerdismo, nem socialismo, é doutrina social da Igreja, é pensamento social-democrata, reformista e, pasmem, liberal, liberal das liberdades. Tem a ver com a recusa do roubo da escassa propriedade dos pobres, da mediana propriedade dos que deixaram nas últimas décadas a pobreza de que os seus pais ainda se lembram com medo.

 

Contra eles, os pobres, os preconceitos de sempre, contra a parte "porca, suja e má" da sociedade, a que se soma hoje o ataque à nossa remediada e recente classe média, por uma espécie de preconceito antiburguês revisitado pelos nostálgicos de um mundo bem-nascido da "velha riqueza", eles próprios completamente parvenus e pequeno-burgueses até à medula. Contra todos aqueles que podiam ser a alavanca de qualquer progresso económico e social pela sua posição-charneira da sociedade, os únicos que podem "democratizar a economia", ergue-se uma sanha peculiar, por parte de uma burocracia partidária que beneficia das prebendas do poder político, mas que para escapar à crise se torna serventuária dos de cima, sempre em cima, intocáveis na sua manipulação do establishment, tratando os criados por tu.

 

Este é o primeiro, mais fundamental e mais grave abuso do poder. Mas há mais.

Publicado por João Tunes às 17:09
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Sexta-feira, 19 de Outubro de 2012

Hoje, perdi um braço de poeta que não sou

 

 

Raramente me senti tão amputado como hoje por, uma hora atrás, ouvir a notícia da perda de Manuel António Pina. Não pela perda de um Prémio Camões, pois o patrono está isento da capacidade de se queixar. Não pela perda do poeta, pois ficou muita obra feita e acessível e todo o poeta tem direito a morrer, único acto em que ninguém consegue escapar à vulgaridade. Não pela perda do jornalista e cronista, pois este governo ordinário, incompetente e louco e esta situação em que nos querem apodrecer e nos obrigam a lutar com lodo pela cintura já há muito não lhe mereciam a escrita, a atenção e a ironia. Talvez, mas não confirmo, pela perda do contador de histórias infantis, faceta dele que ainda não conheci, em que me dizem ter sido magnífico, também. Mas o meu sentido de amputação tem a ver, isso sim, com a perda de uma enorme e quase total cumplicidade no olhar sobre o mundo, as pessoas e a realidade, que representa, para mim, a perda de Manuel António Pina. E esta cumplicidade, tecida nos últimos anos, a partir do momento em que comecei a ler as suas crónicas no JN e depois passei para a qualidade de leitor da sua poesia (quando um amigo me segredou que MAP ainda era melhor poeta do que cronista, do que imediatamente duvidei mas que rapidamente confirmei ser verdade pura, corrigindo-me a parcialidade), tinha uma enorme força advinda de nunca o ter visto em pessoa nem com ele ter falado ou trocado correspondência, o que acrescentava um fundo de pudor nunca quebrável na forma como o lia a sentir-nos piscar os olhos um para o outro. Sabia que ele frequentava regularmente o meu blogue, quando este tinha actividade regular, pois, nas suas crónicas, citou-me algumas vezes. Eu, tal como uma amiga o referiu hoje, provavelmente como muitos mais, habituei-me a não me deitar sem antes espreitar a página on-line do JN para ver se já tinha saído a crónica do MAP desse dia. E muitas vezes, para simplificar o meu trabalho, transcrevia-lhe as crónicas no meu blogue pois ele tinha escrito exactamente o que pensava do assunto do momento, mas de uma forma mais clara, concisa e com uma espantosa e refinada ironia céptica, arte em que só chego à ambição da inveja. Sinto-me, hoje, pois, como se tivesse perdido um braço nas batalhas da vida e das palavras. E só desculpo o Manuel António Pina por ter partido sem autorização deste seu compadre, cúmplice e desconhecido, porque, bem entendido, o braço que hoje perdi é de um poeta que não sou.   

Publicado por João Tunes às 20:25
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Terça-feira, 9 de Outubro de 2012

Juizes de vista larga e cérebro muito curto

 

 

 

Ou seja: só quando se tiram os olhos é que não vale tudo...

Publicado por João Tunes às 14:41
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O enorme risco do contágio

Publicado por João Tunes às 14:31
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Segunda-feira, 8 de Outubro de 2012

Um homem que merece um sentido e forte adeus

Publicado por João Tunes às 20:26
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