«Eles não nos destruirão, eles não destruirão a nossa democracia. (…) A resposta à violência é a democracia.»
(Primeiro-ministro da Noruega)
23 de Julho, Valência: após quinze meses de ausência, José Tomás renasce para a arte.
Adenda: Como foi? Leia-se aqui.
Não haverá maior atitude de enfeudamento partidário que servir partidos com a farda de “independente”. Claro que o direito a esta atitude é legítimo em si mesmo e, portanto, não censurável. A menos que se trate de uma representação combinada no sentido de esticar a imagem de crédito pela invocação da qualidades técnicas ou arbitrais agregadas pela "independência". Quando assim se trata, da batota não se passa. E batota politicamente cobarde.
O ministro das finanças foi, logo que indicado, coalhado de medalhas de competências e talentos. E apontado, género selo de garantia na vertente do tecnocrata salvador, como um técnico além da política e dos partidos e do tipo dos TOC de luxo no subgrupo da elite dos génios das finanças. E Vítor Gaspar, que não será tão parvo quanto quer fazer crer ao disfarçar-se de ingénuo amador metido na teia dos partidos, assumiu o seu papel melífluo como se fosse um ministro à força por imperativo da tragédia financeira nacional. Hoje, ao apresentar o novo roubo de impostos para entreter a demora na apresentação de medidas de poupança de despesa, representou na perfeição beata o papel de monge calvinista que rapa bolsos dos contribuintes como quem distribui penitências e fatalidades. Claro que não se esqueceu de isentar as boas aventuranças bolsistas para “não ofender as poupanças” (mas quem “poupa”? se aos reformados e trabalhadores por conta de outrem já pouco resta além dos cobres que transitam do ordenado para o fisco?). Foi, pode-se dizer, a cereja em cima da cartola deste gatuno de fraque fiscal. Ou seja, uma aldrabice mal lavada de quem representa seriedade para ocultar a manha do esbulho zarolho que ataca e poupa os mesmos dos costumes.
Habitualmente, enjoa-me (e enoja-me) a beatice reaça e gordurosa das crónicas do cónego Neves publicadas às segundas no DN. Mas a desta semana passa as marcas. Vale a pena ler. E veja-se onde pode chegar o catolicismo mais arrogante. Ou seja, o beato que prefere a caridade à solidariedade defende despudoramente que para quem precisa, sobretudo para os que mais precisam, “qualquer coisa serve”, mesmo que podre, partido, entupido, sujo. O Abominável Neves pode ser filho espiritual da Imaculada Conceição mas isso não o impede de ser um reles sacana incontinente.
Ocorre-me, correcto e aumentado, o famoso sermão do pastor Martin Niemoller: "Primeiro teve que ser 'ajudada' a Grécia,/ mas não nos preocupámos (até aproveitámos) pois não somos gregos. /Depois a Irlanda, /mas não nos preocupámos pois não somos irlandeses./ Depois Portugal, /mas não nos preocupámos pois não somos portugueses. /Agora estão a chegar à nossa porta..."
(Manuel António Pina, no JN)
O senhor bispo de Getafe é um homem criterioso: só expulsou o padre Garcia Torres da sua igreja depois de “testes psiquiátricos”.
O teste:
A sentença:
Nota: Num projecto chamado "Cultura contra la impunidad", várias figuras públicas da cultura espanhol gravaram este video como contributo para a recuperação da Memória Histórica e como denúncia do abandono político a que as vítimas do franquismo estão sujeitas em resultado da amnésia pactuada na transição ditadura-democracia.
Recomenda-se a leitura de uma evocação merecida feita por Félix Población à figura lendária de um chefe guerrilheiro - Cristino Garcia.
OS MEUS BLOGS ANTERIORES:
Bota Acima (no blogger.br) (Setembro 2003 / Fevereiro 2004) - já web-apagado pelo servidor.
Bota Acima (Fevereiro 2004 a Novembro 2004)
Água Lisa 1 (Setembro 2004 a Fevereiro 2005)
Água Lisa 2 (Fevereiro 2005 a Junho 2005)
Água Lisa 3 (Junho 2005 a Dezembro 2005)
Água Lisa 4 (Outubro 2005 a Dezembro 2005)
Água Lisa 5 (Dezembro 2005 a Março 2006)