Rui Bebiano interroga sobre a incomunicabilidade verificada entre as resistências antifascistas e anticomunistas durante os períodos simultâneos do "socialismo real" e dos "fascismos ibéricos".
Traduzindo, o futuro, para Correia da Fonseca e seus camaradas, só existe no comunismo, enquanto o presente, mesmo a democracia, é a "espera do comunismo" (do “Estado policial que se deseja”). Se, de facto, cada dissidência activista, a anticomunista e a antifascista, negava e combatia o Estado policial que os oprimia, a “má polícia” era, apenas ou sobretudo, a caseira. Haveria, portanto, um problema de equívoco e identidade. Com destino marcado para a simetria irredutível. E se o fim da “guerra fria” transferiu a dissidência a Leste (perante a conversão capitalista-democrática) para os actuais nostálgicos da “ordem policial” desaparecida quando o Partido se desfez apodrecido, os herdeiros do antifascismo comunista continuam iguais a si mesmo, à espera da mesma polícia política, a "sua". Ou seja, finalmente miram-se no mesmo espelho.
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