Agora temos o sururu envolvendo o Cardeal John Henry Newman (na foto), que viveu no século XIX tendo transitado do anglicanismo para o catolicismo, sujeito a processo de beatificação, em que Bento XVI está particularmente empenhado, tanto mais que se sabe quanto o legado teológico do Cardeal Newman contribuiu para a formação intelectual de Ratzinger. O que está a tornar esta beatificação tumultuosa foi a sabida ligação homossexual do Cardeal Newman com o seu companheiro Padre Ambrose St. John, junto com quem está sepultado (numa “ligação para além da vida”), e a quem terá dedicado, segundo palavras que deixou escritas, “um amor tão forte como o de um homem por uma mulher”. E, naturalmente, a Igreja Católica, com o seu índex sexual em vigor, beatificar um Cardeal que foi homossexual assumido é, reconheçamos, um imbróglio difícil em passar por coerente. Para já, a orientação do Vaticano é tentar descompor o acasalamento tumular entre John e Ambrose, separando os restos mortais do beato dos do seu companheiro, violando-lhes as vontades expressas. Depois, com a ajuda dos poderes curativos da amnésia, persistir na diabolização da homossexualidade. Sem que se perca mais um beato.
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