Sexta-feira, 1 de Agosto de 2008
Carlos Schwarz da Silva, um engenheiro agrónomo nascido na Guiné-Bissau, com ascendências que misturaram sangues das mais variadas origens (caboverdiano, português, judeu, polaco) e que para a Guiné-Bissau regressou, quando jovem licenciado pelo Instituto Superior de Agronomia (Lisboa), para se dedicar à causa do desenvolvimento das populações do país que o viu nascer e que ele ama entranhadamente, sendo tão difícil, ali, onde a pobreza e o atraso dos povos se casaram com o desleixo, o gangsterismo e a corrupção (muitas destas maleitas são o que sobrou das terríveis experiências do “marxismo-leninismo africano”), resistir aos desenganos. E nota-se que, para resistir e persistir, Carlos Schwarz da Silva (“Pepito”, assim lhe chamam os amigos) ainda se ilumina no exemplo e na obra (incompleta, porque interrompida por Spínola, a PIDE e a traição de alguns dos “seus”) de outro agrónomo guineense, Amílcar Cabral.
Num notável texto autobiográfico, agora e aqui editado, Carlos Schwarz da Silva (na foto, tirada pelo seu e meu amigo Luís Graça) como que faz uma síntese da história épico-trágica da experiência da independência da Guiné-Bissau. Sem ponta de dúvida, uma leitura a não perder. A menos que se queira fechar os olhos à África de hoje, a África que os europeus deixaram aos africanos. E, nesta história, queira-se ou não, goste-se ou deteste-se, Portugal, nós, também entra(mos).
De paulo santiago a 1 de Agosto de 2008
O Pepito é um grande Homem,traduzindo para
guineense é Homem-Grande.
Começa por ser grande em estatura,o que não é o
mais importante.Depois é grande nos conhecimentos
que transmite às populações do interior daquele País,
mostra também a sua grandeza na maneira afável
como ouve os homens e mulheres das tabancas,sem
paternalismos.
O Pepito e a sua ONG,a AD,é um farol de esperança,
aquilo são vários "ministérios"que vão da Educação ao
Ambiente,passando pela Agricultura e pelo Turismo,e
a obra está à vista. A AD faz,não espera.
Impressiona,pela positiva,chegarmos ao anoitecer a
Jemberem,nos confins do Cantanhez,uma tabanca
com iluminação pública,em Bissau não existe,uma
tabanca com uma estação de rádio,outra de televisão,
e um centro materno-infantil para as grávidas de
Jemberem e das tabancas próximas.Tudo isto trabalho
da AD,tem quadros excelentes,e da sua "alma-mater"
o Pepito.Jemberem,conheci,passei lá dois dias que
jamais esqueço,mas sei que existem outros casos
idênticos na Guiné patrocionados e dirigidos pela AD,
demonstrando como se promove o desenvolvimento
com uma boa gestão de recursos.
Gostei também de ler no magnifico texto do Pepito a
diferença de actuação dos técnicos formados no Inst.
Sup.de Agronomia (é um ex.)e os formados nos
Institutos do Leste.
Com Homens destes a Guiné e África estariam num
mais alto patamar de desenvolvimento.
Abraço
Caro Paulo,
Agradecendo-te o contributo que subscrevo na sua maior parte, permite-me uma discordância e uma lembrança:
1 - Não são as personalidades que fazem toda a história. Marcam-na em grande parte (é uma falácia o dito de que são as massas populares que a fazem e a determinam) mas não são "tudo". Cem "pepitos" não chegavam para bater os mil "anti-pepitos" que por ali pululam.
2 - Não referes (porque será?) os milhões de "paus tortos" que os portugueses e outros europeus andaram a espetar em África e lhes deixaram como herança dos séculos coloniais? E, queiramos ou não, tu e eu estamos nesse retrato.
Abraço.
De paulo santiago a 1 de Agosto de 2008
João
Tens toda a razão no teu comentário,que agradeço.
Abraço
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